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Os últimos Soldados da Guerra Fria

 

 

Autor: Fernando Morais

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Já na contracapa do livro, encontramos o seguinte texto:

“Organizações criminosas internacionais, aventuras mirabolantes, disfarces perfeitos, conquistas amorosas, agentes secretos em ações temerárias: este livro traz todos os elementos de suspense de um romance de espionagem — mas não contém uma só gota de ficção. É tudo verdade, nos mínimos e, eventualmente, aterradores detalhes.

A sensação de que lemos um romance vem não somente da história extraordinária, mas sobretudo da hábil narração do autor, que desvela, com maestria digna dos melhores ficcionistas e máximo compromisso jornalistico na apresentação dos fatos, uma trama transbordante de eventos jamais revelados pela imprensa.

A semelhança com James Bond, porém, não vai longe: há charme nem riqueza, mas a vida dura e pobre de homens que se dedicam à sua missão ante todo tipo de adverdidades. Uma história narrada com objetividade rigorosa, para ler de um fôlego.”

Aos leitores assíduos e apreciadores de tal gênero literário, essa introdução já não gera um comichão e uma crescente curiosidade para descobrir os segredos expostos no livro?

Pois bem… Ao menos foi assim que eu fiquei!

Sou suspeita para falar sobre Fernando Morais, o autor do livro, pois simplesmente adoro a escrita e os tipos de abordagem que o escritor elabora! No entanto, prometo não ser pretensiosa demais para o lado dele.

Os últimos soldados da Guerra Fria possui 396 páginas e sua primeira edição foi publicada pela editora Companhia das Letras em 2011, contudo, esses nãos são os dados mais importantes da obra! O sugestivo título já deixa entrever que se trata de dados, informações e suspeitas todos gerados dentro do clima conspiratório cheio de tramas e maquinação que a histórica Guerra Fria possuía.

Há espionagem e contra-espionagem, intrigas, história de vidas impressionantes, máscaras e desfechos mais do que surpreendentes. O amor e a amizade deveriam superar obstáculos, mas, nesse caso, o livro mostra que tudo é realizado para um objetivo maior! E qual seria esse?

O enredo é tecido envolvendo a Guerra Fria, porém a obra não retrata a já extinta União Soviética. O texto se enriquece com o sotaque espanhol e passa longe da frieza russa. A trama acontece entre dois países separados apenas por 130 km de água: E.U.A. e Cuba.

Recrutados para deter atentados terroristas orquestrados por dissidentes de Miami contra Havana, 14 cubanos passaram anos e anos infiltrados em organizações de extrema direita na Flórida.

E se você está com os filmes de 007 na cabeça, pode ir desfazendo essa imagem! Afinal, de nada tais cubanos têm do charmoso e letal agente britânico. Pelo contrário! Os 14 são paupérrimos e ganham a vida fazendo bicos em Little Havana, o bairro cubano de Miami. As condições do país se refletem na vida de seus agentes.

E coloco aqui uma citação que achei interessante, a respeito de como o autor teve a fantástica ideia de discorrer sobre tais espiões: “Se Truman Capote teve a ideia para A sangue frio ao ler uma nota de rodapé no New York TimesFernando Morais escutou no rádio, em 1998, a notícia que lhe renderia anos e anos de trabalho. O livro trata da prisão de cubanos nos Estados Unidos, acusados de espionagem. A acusação era verdadeira e a história por trás deste episódio, fantástica”.

As primeiras cem páginas do livro são contadas em alta voltagem, em reviravoltas à altura dos bons romances de Graham Greene, escritor que ficou mundialmente conhecido por seus romances que tiveram como tema ou pano de fundo a espionagem.

Assim como em um romance, o leitor vai montando as peças da história aos poucos, sem muita certeza de nada até que o quebra-cabeça vá ganhando forma e corpo. Mesmo se tratando de um relato histórico,  guiado pelos fatos, o livro consegue envolver o leitor no sentimento de uma aventura policial, carregada de espiões e mistérios (aos poucos solucionados e expostos).

Entre uma explosão e outra, um segredo e uma atividade de alto risco, Fernando Morais construiu um “trhiller político” que, como costumam dizer as orelhas de best-sellers, “prendem” o leitor.

A obra também reconstitui fatos importantes como as diversas crises migratórias sofridas por Cuba, os acordos com os E.U.A. para que cubanos deixassem a Ilha e o caso Elián, o garoto de sete anos que sobreviveu a um naufrágio quando ia, de bote, com sua mãe e outros cubanos para Miami. Outros personagens, como o Prêmio Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, que atuou como pombo correio de Fidel Castro e Bill Clinton, recheiam o enredo.

Fernando Morais, sem dúvida, é um caso raro na literatura brasileira! O escritor mineiro já fez três livros que de alguma maneira tem o socialismo como tema principal e “encoberto”. Ele é biógrafo do mais famoso e afamado escritor brasileiro de todos os tempos e seu próximo projeto é uma biografia de ACM, que em termos de detratores não fica muito atrás de Paulo Coelho (o tal escritor brasileiro).

O escritor, sempre que pode, costuma dizer que todos os seus livros poderiam ser publicados em um jornal diário, como “grandes reportagens”. E, de fato, isso é verdade!

O texto de Morais não é 100% jornalístico, ele é rigoroso na veracidade dos fatos e recheia suas tramas com informações e novidades, sempre elaborando um enredo com uma elaboração diferente e humanizada, que prende o leitor até o fim. Além disso, o seu faro de repórter pode ser considerado o “grande barato” do escritor.

Claro, Chatô era um personagem quase óbvio da nossa história. Assim como Olga Benario, que até então era uma nota de rodapé na biografia de Luis Carlos Prestes. E porque ninguém falou dos estranhos japoneses do interior de São Paulo que decapitavam seus compatriotas que admitiam a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial? … O fato é que Morais foi atrás e botou toda sua experiência de repórter a serviço de projetos que lhe consumiram muito tempo e trabalho.

Dessa forma, os temas polêmicos e que de alguma forma poderiam gerar opiniões maniqueístas, se diluem em textos bem apurados, bem escolhidos e bem escritos.  E o faro do jornalista escritor funcionou mais uma vez em Os últimos soldados da Guerra Fria.

Portanto, eu simplesmente recomendo essa obra incrível do Fernando Morais (assim como seus demais textos e livros). Com certeza, leitor algum irá se arrepender de ler tal trama!

 

 



et cetera
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