Olá, leitores Jedi!
Estamos de volta e desta vez iremos falar de…
Star Wars – Kenobi!
2015 definitivamente é o ano de Star Wars. Com a estreia de O Despertar da Força no final do ano, é a hora dos fãs correrem para todo tipo de lojas e adquirir produtos dessa saga de uma galáxia tão tão distante (as minhas canecas do ovo de páscoa estão me encarando enquanto digito este texto).
É nos livros que a Força tem estado com Star Wars aqui no Brasil: Herdeiro do Império, primeiro de uma trilogia continuando a história de O Retorno de Jedi – sem relação com o vindouro filme da Disney, contudo – vendeu mais de 40 mil exemplares desde o lançamento em dezembro.
Porém, enquanto a continuação não chega, a Aleph nos presenteou com um conto centrado em um único e fascinante personagem da série: o mestre Jedi Obi Wan Kenobi.
Kenobi é escrito não somente como um estudo de personagem, mas também como uma mistura eficiente de aventura, fantasia e uma boa dose de velho oeste americano.
Duvida?
Vamos à sinopse então:
Num povoado remoto no meio do deserto, alguns habitantes sofrem com ataques de nativos. Para contornar o problema, um fazendeiro decide que a melhor coisa a se fazer é uma ‘milícia’, que defende as pessoas em troca de um certo valor. Tudo isso é abalado quando um homem misterioso chega ao povoado. Sem revelar nada sobre seu passado, ou quem ele é, o forasteiro conquista amigos e inimigos, enquanto desperta sentimentos mais profundas em uma determinada porém solitária dona de armazém.
Faroeste demais?
Pois é exatamente assim que o autor estruturou Kenobi. O deserto é o planeta Tatooine, palco de muitos eventos da saga Star Wars, o forasteiro é Obi Wan “Ben” Kenobi e os nativos são os perigosos caçadores Tusken, coloquialmente conhecidos como o Povo da Areia.
A força do livro está nos personagens secundários, todos criações de J.J. Miller. Temos o fazendeiro Orrin Gault, que vendo nos ataques do Povo da Areia uma chance de tirar uma graninha, é o responsável por criar a milícia.
Os filhos de Gault, Mullen e Veeka, são os típicos jovens e encrenqueiros, sendo uma má influência para o jovem Jabe Calwell, filho de Annileen, dona do maior mercado do povoado onde a história se passa: o Oásis Pika (eu sei, eu sei…).
Annileen é uma mulher forte, determinada e sofrida, que cria os filhos com mão de ferro e carinho ao mesmo tempo, resistindo às investidas de Orrin, que foi um dos responsáveis pela prosperidade do Oásis junto com o falecido marido de Annileen.
Outro personagem de bastante destaque é A’Yark, líder de guerra do Povo da Areia. O arco de A’Yark é eficiente em mostrar o outro lado do conflito, embora os capítulos focados nesta personagem sejam um pouco mais arrastados, embora não menos interessantes.
O que nos traz ao personagem principal do livro!
Ben Kenobi ainda se encontra atormentado pelos eventos ocorridos no Episódio III – A Vingança dos Sith. Com dificuldades para aceitar a perda de Anakin Skywalker e o fim da ordem Jedi, Kenobi recorre à meditação direcionada a seu antigo mestre, Qui-Gon Jinn.
É possível sentir todo o peso e o sofrimento do mestre Jedi, que se culpa pela derrocada de Anakin ao lado sombrio da Força e sua impotência diante da ascensão do Império Galáctico. O sentimento de amizade e respeito que Obi Wan (Ben, na maior parte do livro) nutre por Annileen é tocante e cresce aos olhos do leitor, com direito até uma crush adolescente vinda da filha da personagem: Kaillie.
O autor humaniza Ben de uma maneira que nem o próprio George Lucas conseguiu, fazendo com que torçamos para que Kenobi consiga a felicidade que tanto deseja.
Mas, como fãs de Star Wars, sabemos que a missão de ficar de olho em Luke Skywalker significa mais para ele, o que leva a certas passagens do livro que são de cortar o coração.
A obra não possui nenhuma grande revelação (somente uma surpresa bem legal com relação a um personagem inesperado), mas compensa na alma que o enredo os personagens possuem. Não estava esperando que o livro fosse ser uma leitura tão agradável, mas John Jackson Miller conseguiu algo bem legal: me fez enxergar vários momentos dos filmes com um olhar diferente.
E provar mais uma vez o quanto o Obi Wan é um Jedi mega fodão!
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Texto by Guh Valente